segunda-feira, 6 de abril de 2009

SOB A LUA

Cambaleante.

Sob a lua fria cambaleio sem rumo. Em busca de um ideal verdadeiro percebo as nuances de uma guerra se desenhando.
Neste tempo, os dias parecem se arrastar numa marcha lúgubre, sombria, soturna. As ruas vazias escondem o medo e a injustiça paira sobre os corpos inertes.
Haverá algum heroi real que erguerá a voz para responder ao clamor do povo sofrido?
As cinzas da cidade vão além dos restos mortais dos sonhos. São também a marca vexatória de uma derrota anunciada aos quatro ventos.
A luz gélida da lua tímida ofusca todo e qualquer bom sentimento e somente a incerteza se faz valer da covardia daqueles que poderiam ajudar.
Nossos candidatos a herois já não têm mais a certeza de que vale à pena lutar. A apatia sinistra de um povo sem brio se torna visível além da atmosfera. Sombrio...
Camadas de luz irradiam ondas de impotência lançadas da Terra e até do espaço se percebe que o Planeta Azul tem uma aura amarela.
Havemos de resistir, mas a batalha será longa.
Havemos de lutar, mas a vitória não é certa.
Havemos de ajudar, mas não será o bastante.
A lua fria,
a lua sinistra,
a lua inválida
a lua de fel
a lua dos covardes testemunhará a início, o meio e o fim.
Somente ela será capaz de contar, num futuro não tão distante assim, como foram as noites em que os covardes rastejavam sorrateiros em busca de traições sórdidas.
A lua é a única testemunha da vergonha do planeta chamado Terra.
Somente a lua pode, com sua luz implacável, ver com os olhos que não temos quem são os bons e os maus.
Ah, lua... Você que hoje compactua com o mal e com os crimes, há de um dia se voltar contra eles e chegará o dia da lua da vingança.
A paz reinará e o seu governo será justo e fiel, Lua-de-mel.