sábado, 24 de abril de 2010

HONRA E GLÓRIA AO SOLLYS OSASCO.
Emocionada, ao final da partida que deu ao Sollys Osasco o título da temporada 2009/2010 da Superliga Feminina de Vôlei, a ponteira Sassá traduziu com simplicidade o que significava aquele título. Ao revelar que todo atleta busca o momento de glória, como o que vivia naquele momento, Sassá nos levou, sem imaginar, a uma viagem no tempo...

Na Grécia, antes memo da vinda de Cristo, a retórica dos grandes oradores buscava justamente honra e glória. Essa batalha travada para que a audiência grega os admirasse era diária e desses homens notáveis muito se esperava. Ganhavam fama e dinheiro. Ensinavam aos que podiam pagar e desfilavam seu talento por todos os lugares em que passavam.

Assim foram as guerreiras de Osasco. Batalharam arduamente por anos até que vencessem a batalha. Amargaram alguns anos de derrotas nas finais, mas seguiram lutando, talvez inspiradas pelo grande Demóstenes e seus ideais de uma Grécia forte, inspirada pelos seus antepassados. Às meninas do Sollys, coube a busca pela inspiração em edições longínquas da Superliga. A inspiração de outras guerreiras como Virna, Mari, Valeskinha, Dani Vieira e Paula, que entre tantas outras também triunfaram pela equipe da Grande São Paulo.

Depois de enfrentar anos de desconfiança, as meninas paulistas remaram sem parar para que, ao menos dessa vez, não morressem na praia. Buscaram traduzir nos golpes indefensáveis de uma monstruosa Natália a certeza da vitória. Encontraram nas defesas e na garra de Jaqueline um trunfo para anular o ataque pesado das cariocas. Adenízia foi a incumbida de neutralizar a artilharia aérea das meninas do Rio. Thaysa, mais uma vez, constituiu-se numa muralha quase intransponível e deu às companheiras a segurança para o contra ataque. Sassá, como de costume, equilibou o passe e a defesa de Osasco e ajudou a preparar as armadilhas mortais contra a Unilever. Camilla Brait, corajosa, encarregou-se de sofrer pelas companheiras, colocando-se no caminho de qualquer ataque direcionado pelas oponentes e, finalmente, Carol Albuquerque distribuiu a munição de forma perfeita para que seu exército saísse do Ibirapuera vitorioso. Somados a elas, os esforços de comissão técnica, reservas, patrocinadores e torcedores fizeram a diferença.

Sassá estava certa... Depois disso tudo que ocorreu em abril de 2010 podemos chegar a uma conclusão:

HONRA E GLÓRIA PARA OSASCO!!!!!!!!!

Homenagem de um fanático torcedor da Equipe do Blausiegel São Caetano às meninas que venceram a Superliga Feminina de Vôlei 2009/20010.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

ARMANDO NOGUEIRA ARMANDO TABELAS...

Naquela segunda-feira estava bem feliz, afinal o Corinthians havia vencido o São Paulo por 4 a 3. Como de costume fui até a copa do trabalho e dei bom dia a D. Conceição. Quando me virei para a TV pude ver a Ana Maria Braga falando com uma foto do Armando Nogueira ao fundo... Pensei: "ah por favor... Não vão me dizer que ele morreu..." Sim, Armando havia partido...
O Armando era um daqueles homens que me inspiravam e ainda inspiram. Um daqueles que eu queria conhecer e ter a chance de chamar de amigo, de aprender muito observando... Seu texto é, para mim, um primor e não me envergonho em dizer que muitas vezes quis escrever como ele.
Tento, dentro de minhas limitações, homenageá-lo aqui nesse blog.

Do futebol, Armando seria o camisa 10. Do vôlei seria, certamente, o levantador mais habilidoso de todos, munindo os atacantes com as bolas perfeitas para golpes indefensáveis. Do basquete seria o armador que encantaria a todos, como as mãos da famosa "Magic". Um tenista que venceria os quatro Grand Slans por vários anos seguidos e um piloto que seria muito mais que heptacampeão de automobilismo.

Armando era rei das letras. Metáforas perfeitas e poderosas. Perspicácia e doçura nas palavras. Entrevistava com carinho meninas do vôlei e feras de outras áreas. Ná área ou nos ares lá estava ele, marcando presença, pronto prá bater o pênalti sem dar chances ao goleiro, mesmo que fosse seu oponente o melhor de todos.

Ah, quisera eu que meus textos se assemelhassem aos de Armando... Jamais será possível, afinal, fez tabelas que vão covardemente impedir que eu chegue perto dele. Tabelou com Pelé, com Garrincha, com Nilton Santos... Quando vi, já era tarde, ele estava na cara do gol. Tabelou com Magic Paula, com Hortência e mais uma vez corri atrás sem sucesso... Levantou para Virna, para Leila, para Ana Paula, para Ana Moser e levantou até para a levantadora Fernanda Venturini... Como se diz na gíria do vôlei, meu bloqueio "passou voando", como um ultraleve...

Um dos mestres nos deixou nessa semana e levou consigo a possibilidade concreta de algumas frases inacreditáveis.

Era encantador assistir ao Redação Sportv quando o Mestre Armando compunha a bancada... Mesmo as críticas mais ferrenhas saíam cheias de poesia, de elegância... Elegância. Essa talvez seja uma das palavras que melhor definam o texto sublime de Armando Nogueira.

De sua boca, as crônicas saíam poéticas, desafiando as classificações da língua e da literatura...

Sua caneta trabalhava bem e escrevia muito melhor que outras, de igual marca, de igual cor e de igual valor... Por que as palavras dele saíam, então, muito mais bonitas?

Redator, escritor, poeta, amante das palavras... De todas, mas em especial das mais belas...

Musas e monstros sagrados estiveram com ele e se curvaram diante do homem que falava manso, mas que a todos encantava.

Ficaria horas aqui descrevendo quem era, para mim, Armando Nogueira. Criaria uma "crônica poética" sem fim. Digitaria sobre o advogado, sobre o jornalista, sobre a contribuição para o JN, para o esporte, para a literatura. Mas seria insano tentar fazer uma vida inteira desfilar por linhas e colunas da tela de um computador.

Uma pena que não esteja entre nós em 2014 e em 2016, anos de fundamental importância para o esporte do Brasil. Estará, no entanto, dentro dos corações de todos aqueles que, como eu, flertarem com a língua portuguesa, tentando dela conquistar o posto de amante. Quem ama a língua portuguesa, ama indissociavelmente Armando Nogueira.

Ah, mestre... Agora que subiste ao céu com seu ultraleve teremos que, mais uma vez, sofrer... Afinal, as tabelinhas que fará com Garrincha e com os anjos hão de nos deixar sem fôlego.

Desculpe-me pelo português cheio de erros e tão distante do seu: elegante, correto e arrebatador. Sou um eterno aprendiz e espero que meus textos sejam de orgulhar a alguém, algum dia.

Descanse em paz... Bem, prefiro desejar que componha em paz, no infinito!!! Um abraço de um fã que, infelizmente, não o conheceu pessoalmente.

Nossa tabela, "Seu Armando", será virtual...