terça-feira, 8 de setembro de 2020

TEMPO

O tempo costuma ser tão implacável quanto um caminhão desgovernado descendo a ladeira. 
A tristeza vira felicidade que vira tristeza num piscar de olhos. Afeto e rejeição caminham sempre sobre uma lâmina afiada, pronta para cortar a carne.
Eu nunca achei que as coisas fossem eternas, mas não escondo, gostaria muito que algumas delas durassem mais.
A velocidade do tempo nos impede de saborear as vitórias. Vencer é um verbo efêmero para a maioria dos mortais. Perder é o verbo do dia a dia. Perdemos vida, tempo, dinheiro, paciência e, muitas vezes até a fé. Não a fé em Deus, mas a fé nos homens.
Aquele sorriso desconcertante vira desprezo tão depressa que às vezes é impossível entender em que dobra do tempo tudo mudou.
Mudar, verbo conjugado com perfeição pelos humanos. Muda o tempo, muda o vento, muda o humor, muda o amor. Mudar nem sempre é bom, muitas vezes dói, mas mudar, normalmente, não é uma opção, é a única situação possível. 
Diante disso, o verbo passa a ser resignar. Resignar-se, render-se ao inevitável. Cair em pranto, chorar, questionar, aceitar, levantar e caminhar. E, depois dessa tempestade emocional, um novo ciclo chega e é preciso estar pronto para viver tudo outra vez. Outras vezes. Muitas vezes. De tempos em TEMPO...

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