sábado, 16 de agosto de 2008

NUNCA MENOSPREZE UM ADVERSÁRIO, AINDA MAIS SE ELE FOR CAMPEÃO MUNDIAL E OLÍMPICO.

Hoje estava vendo a partida entre Emanuel e Ricardo x JOÃOzovsk e ZÉzovsk da Rússia. Esses "conhecidíssimos" atletas russos tiveram 20 x 18 para matar o jogo (termina em 21), já haviam vencido o primeiro set e protagonizaram uma cena lamentável. O atleta mais fraco, Barsuk, num dos pontos que levava a crer que venceriam o jogo ajoelhou-se de frente para Emanuel e socou a areia, apontando para solo brasileiro dando como certa a vitória. O outro atleta, Kolodinskiy, vibrou muito, mas respeitou os brasileiros (fato este que valeu até umas brincadeiras com Ricardo após a partida). O que aconteceu depois disso? Uma virada histórica e heróica. Ricardo, que esteve longe de seus melhores dias, superou problemas físicos e levou com maestria a dupla às quartas-de-final. O que dizer dos russos? Plagiando Bernardo Rezende (O Bernardinho) em seu best seller "Transformando suor em ouro", na vida como no vôlei nossos adversários merecem respeito, ainda mais se forem oponentes da magnitude de Emanuel e Ricardo. Vitória maiúscula de nossa dupla, que mesmo que perca na próxima rodada, mostrou como se deve vencer...
Essa é uma lição que devemos tirar, pois em qualquer campo de nossa vida, o respeito deve ser sempre observado, pois do outro lado há outro lutador, alguém que também ambiciona vencer e que por circunstâncias da vida cruzou seu caminho. Às vezes me questiono sobre qual é pior estilo de gente; o que não sabe perder (como as russas do vôlei de praia derrotadas pelas brasileiras da Geórgia e o atleta sueco que jogou a medalha no chão) ou o que não sabe ganhar? Isso nos remete a Atlanta, 1996, quando a genial Mireya Luis não foi tão bem assim e debochou das brasiliras, derrotadas naquela semifinal épica. Poucas vezes chorei e praguejei tanto como naquele dia. Levei até uns tapas na boca de minha mãe pelas coisas horríveis que desejei às cubanas. Hoje mais calmo, ainda tenho ressentimentos desse jogo, mas as cubanas eram mesmo geniais.
Na vida, como no vôlei, rs, devemos respeitar o ser humano que está à nossa frente, pois o adversário de hoje pode ser o parceiro de amanhã. Tento fazer isso todos os dias de minha vida. Sempre que jogava detestava este comportamento nos adversários. Ao contrário de muitos (da maioria dos brasileiros, inclusive), sempre cresci nestas situações. Provocado, libero algo que não sei dizer de onde vem, mas como um rolo compressor atropelo que se coloca diante de mim. Por outro lado, de mim sempre parte uma conduta amistosa, não provoco, não desrespeito, até brinco com os oponetes, mas sei me fazer respeitar.

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