sábado, 23 de agosto de 2008

MARI - UM ICEBERG INDESTRUTÍVEL.

Um sorriso é raro, um delírio e Mari pagou caro por um sonho não realizado...

Menina paulistana vai pro Paraná e incentivada pela mãe vai atrás de práticas esportivas. Gostava de basquete, mas é no vôlei que vai sofrer. Calada, noites mal dormidas, fantasmas assombrando um passado. Uma bola, só uma bola e nada... Parece que a trilha de http://www.youtube.com/watch?v=TbbZUgZ6LT0&feature=related (Moby, Why does my heart feel so bad) vai acompanhá-la por anos... E por anos terá que responder às mais estressantes perguntas sobre aquela bola que não caiu no lugar certo... Basta fechar os olhos e a imagem da linda jovem julgada fria e fracassada vem a minha mente com seus olhos tristes e incompletos com um brilho que insiste em não aparecer.
Novos ares? A Europa, pois no Brasil o sonho não existia, mas um pesadelo diário que acompanhada por José Roberto era obrigada a viver acordada. Todos os dias durante anos, todos os dias, todas as horas à espera daquela bola, que não caiu no lugar certo.
A vida é cheia de caprichos e os anos se passaram permeados por trabalho exaustivo, pouca diversão, poucos risos, mas também poucas lágrimas. Nossa heroína não tinha tempo prá chorar, precisava trabalhar prá que as horas voassem e elas voaram...
Derrotas, novas acusações. Vitórias, esperanças, dores, fé...
Os ponteiros do relógio brincavam com a paciência, mas teriam que passar e passaram... Na vida tudo passa. Não há alegria eterna, assim como não há tristeza que perdure... A colheita fraca sucumbiu... Veio a chuva e com ela o solo acusado de infértil mostrou-se pronto para criar árvores imensas, que dariam frutos de ouro...

Vinte e três de agosto de 2008. // 8:00 pm em Beijing // 9:00 am em São Paulo.

Nossa heroína chega aos 25 anos e sepulta de vez tudo o que lhe fazia mal. Está livre. Exorcizou os fantasmas que criaram para ela e que, por mais que não os considerasse em sua vida, dava de cara sempre, pois acompanhavam muitos dos que dela se aproximavam.
Alí, naquela quadra de vôlei em Pequim pudemos presenciar a cura de um mal que parecia não ter fim. Mari venceu.
A linda jovem amadureceu, calejada num caminho penoso pôde finalmente receber a coroa que lhe havia sido destinada. Uma guerreira não ganha nada de mão beijada. Vai à luta e conquista seu reino, seus súditos e hoje, humildemente curvo-me perante essa rainha do vôlei. Musa, que com coragem e caráter inabaláveis conseguiu deitar a cabeça no travesseiro e deixar prá trás uma história de derrota... (Prá mim nunca fostes uma derotada). Hoje Mari é campeã e sua trilha está mais para http://www.youtube.com/watch?v=sogKUx_q7ig&feature=related (We are the champions, Queen)...
Á partir de agora novas batalhas, novas vitórias e novos sonhos...
Parabéns, pois mais do que qualquer outra você merecia este título...
PARABÉNS GUERREIRA, PARABÉNS CAMPEÃ OLÍMPICA.

VITORIOSA.

Timão 2 x 1...

FOFÃO, VOCÊ MERECIA ESTE TÍTULO E GANHOU... CARÁTER IRRETOCÁVEL, TALENTO INIGUALÁVEL...

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