sexta-feira, 7 de novembro de 2008

CIDADE DO NATAL.

As luzes já cintilam na Cidade do Natal.

Na saída do metrô deparo-me com os enfeites de Natal espalhados por todas as fachadas. A Cidade do Natal se ilumina ainda sob o signo de escorpião no mês de novembro.
Os olhos curiosos das crianças brilham como as pequenas lâmpadas de cores diversas e sentimentos distintos.
Na Cidade do Natal toda a felicidade contrasta com a sujeira varrida para baixo do tapete. A corrupção sai do foco, a miséria sai do foco... Todos se encantam e deixam de lado boa parte da razão, afinal, na Cidade do Natal as luzes ofuscantes cegam e privam de sentidos.
A pobreza some, mesmo iluminada pelas pequenas luzes. Tudo é mais leve, tudo é sutil, nada é proibido, tudo é permitido na Cidade do Natal.
O sangue derramado dos inocentes mortos no combate à violência é deixado de lado, pois o céu se ilumina na Cidade do Natal.
Crimes, drogas, depressão, nada disso faz sentido pois tudo é escondido na Cidade do Natal.
A fome dos mendigos nas ruas, as crianças desnutridas, as dores sem medidas, já não são mais permitidas pois Natal é nascimento e não cabe sofrimento, na Cidade do Natal.

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